Desde manhã, os fadistas
Jaquetão, calça esticada
Se aprumam com galhardia
Seguem as praxes bairristas
É data santificada
Há festa na mouraria
Toda aquela que se preza
De fumar, falar calão
Pôr em praça a juventude
Nessa manhã chora e reza
É dia da procissão
Da senhora da saúde
Nas vielas do pecado
Reina a paz tranquila e santa
Vive uma doce alegria
À noite, é noite de fado
Tudo toca, tudo canta
Até a rosa Maria
A chorar de arrependida
A cantar com devoção
Numa voz fadista e rude
Aquela rosa perdida
Da rua do capelão
Parece que tem virtude
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